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Estratégias de comunicação em uma era Low Profile

O digital existe hoje e continuará crescendo - isso é inevitável. Apesar desse fato, um movimento silencioso ganha força: a evasão dos ambientes digitais e principalmente das redes sociais. Low profile para os íntimos, ele não pode ser ignorado.


Esse afastamento deliberado do ambiente digital denuncia a crescente falta de identificação do público com o ritmo adoecedor que é propagado, via de regra, por ali. 


Um exemplo disso é o The Offline Club, um grupo organizado em Amsterdam que se encontra para viver tempo de qualidade sem telas.


Além disso, pensar em estratégias de comunicação mais sustentáveis é importante não apenas para a sustentabilidade da empresa, mas para a saúde das pessoas envolvidas, principalmente.


Quase todos com quem converso percebem que a relação que mantém com a tecnologia é insustentável, a ponto de pensar que, se não fizerem uma transformação urgente, eles podem se fragmentar como sujeitos.
  • Cal Newport, Minimalismo Digital (livro).


Delimitar o espaço que o digital pode ou não ocupar nas nossas vidas é uma urgência dos tempos contemporâneos e acelerados que vivemos. O excesso de estímulos que a internet nos traz é prejudicial e mina o nosso bem-estar.


Por isso, hoje vamos falar sobre estratégias de comunicação para negócios conscientes em uma era low profile.



uma tela com reunião virtual está desfocada e uma planta está em destaque



Como muitos negócios dependem dela para pagar as contas e viver é necessário encontrar um equilíbrio que seja sustentável pra gente e ao mesmo tempo reivindicar mudanças que tornem esse ambiente o mais saudável e seguro possível.


Como equilibrar essa balança de comunicação em uma era low profile?


Essas são algumas estratégias de comunicação que você pode explorar:


1. Pensar as estratégias de comunicação em pontos de contato que vão além do digital:

 

Explore alternativas presenciais, físicas e táteis para comunicar a sua marca além da lisura do digital. Isso é construir o universo da marca e a delícia do branding


A marca existe não apenas na internet, mas também interfere no mundo físico. E essa conexão on e off bem elaborada fortalece e muito a reputação da empresa.

A reputação corresponde a até 80% do valor de mercado de uma empresa, de acordo com pesquisadores da Universidade de Oxford É importantíssimo estabelecer estratégias de comunicação para construir (e manter) de um jeito intencional a reputação que você quer. 


Começar de dentro pra fora é um jeito de tornar a sua estratégia de comunicação genuína e poderosa. 


Pequenas ações junto ao seu público interno (sua equipe e parceiros) podem ter seu impacto multiplicado pelo número de colaboradores e reverberar em cada um dos seus círculos sociais, tanto online quanto offline, e levar sua marca mais longe!


Quem sabe oferecer algum objeto que faça sentido dentro do seu negócio e que facilite a vida das pessoas que trabalham com você? 


Existem milhares de possibilidades aqui, mas eu vou te dar um exemplo tangível: você pode presentear seus colaboradores com uma ampulheta para que se lembrem de fazer pequenas pausas ao longo do dia de trabalho. Isso pode ser planejado em relação às demandas de trabalho também.


Objeto simples, gesto significativo. Isso deixa claro que você se importa com o bem estar de quem trabalha com você. E, com certeza, quando esse ecossistema interno está saudável e bem estimulado, você consegue ter mais colaboração e iniciativa para divulgar externamente essas ações.


Como a sua empresa tem feito isso? Comece a mapear as ações fazendo uma lista.



uma mulher com o celular na mão olha ao redor, pensando, seu ambiente é cheio de objetos


2. Posicionamento digital cada vez mais estratégico


Onde faz sentido estar? Como faz sentido estar lá? Como a sua marca contribui nos ambientes que está inserida?


Encontrar estratégias de comunicação que respeitem a nossa humanidade, tempo e necessidades, pede o cuidado de repensar a nossa filosofia de consumo, inclusive de informação. 



Desde preferências de compra até opiniões políticas, as redes sociais têm o poder de guiar comportamentos


Ficamos conectados, absorvendo ideias e tendências muitas vezes sem nem notar. Por isso, quando vamos pensar em estratégias de comunicação é importante refletir:


Será que faz sentido para sua marca estar lá?


A dinâmica das redes sociais mudou muito através do tempo e passou de um ambiente que era uma extensão digital de relacionamentos físicos e genuínos para um ambiente comercial altamente viciante que explora a sede humana de sociabilidade para atrair a atenção de seus usuários para seus anunciantes. 


Como você escolhe estar ali diz muito sobre com o que sua organização compactua para os públicos mais atentos. Afinal, não é apenas sobre estar ou não (já que hoje em dia é obrigatório ter uma conta no Instagram, por exemplo), mas é sobre como você conduz a comunicação ali, como você fala, o que você incentiva, que mudanças você propõe como empresa de forma ativa.



Ao mesmo tempo seu negócio precisa estar visível na internet já que é por ali que as pessoas buscam produtos, serviços e indicações. 


Existem muitas possibilidades de presença online para você explorar o posicionamento da sua marca além das redes sociais. Ter um blog ativo e um site atualizado também é importante. Você tem tudo isso estruturado na sua estratégia de comunicação?




3. ON e OFF são complementares e se potencializam 


Esteja em ambientes que promovem o que sua marca defende e encontrará clientes alinhados com você também. 


O maior desafio do digital é saber driblar a velocidade da internet com a da vida real, mas equilibrar esses diferentes pontos de contato - on e off - ajudam muito em fazer com que isso não traga um impacto negativo a nível de faturamento.


Afinal, você vende em qualquer local, seja ele on e off, e ambos se fortalecem.


A realização ou participação de movimentos, iniciativas e ações offline são super importantes para a construção de confiança, comunidade e reputação de uma empresa. Isso impacta na percepção de marca a nível digital também, quando a gente compartilha tudo o que foi feito com uma comunicação alinhada.


Como agência, temos clientes que têm a comunicação online estruturada, mas não se limitam somente a ela. Participam de eventos offline, levando a empresa como apoiadora ou parceira, e ampliando o impacto positivo de forma tangível e real na vida das pessoas. 


Estamos sempre estimulando isso nas estratégias de comunicação, no planejamento de ações e em consultorias, em busca de resultados positivos e saúde integral das pessoas que estão por trás de tudo também.


equipe do Ceadi formada por pessoas diversas está sorrindo ao lado de um banner de comemoração de 25 anos


Como é o exemplo do Ceadi, que participou do evento Boa Praça, em Salvador - BA, com a criação de um espaço inclusivo de brincadeiras para todos os tipos de criança, podendo receber crianças com deficiência e proporcionar a elas um final de semana divertido. Esse é um exemplo de ação de impacto positivo offline, mas que também reverbera no online.


É fundamental resgatar as ações offline como ponto de contato e ação importante de marca, para que não se torne mais um -washing (greenwashing, socialwashing), afinal só comunicar sem fazer não é suficiente. É preciso materializar o que a comunicação propõe.


4. Gestores de empresas com uma relação saudável com a internet


A cultura interna também potencializa o que o líder propõe. E se o líder está comprometido em ter uma relação mais saudável com a internet, de forma geral, e busca soluções para isso, compartilhando o processo com a sua equipe e construindo sistemas internos mais sustentáveis também, o resultado será muito positivo.


Para isso, é importante pensar além de um detox de final de semana, e sim uma nova filosofia de consumo de informação.



Disclaimer: É fato que muitos de nós estamos viciados em redes sociais. Scrollando, perdendo tempo e se distraindo das próprias vidas com a vida alheia. Tudo que é demais não presta, já dizia a minha avó, então além de tudo que já foi dito aqui, é aconselhável ter um acompanhamento terapêutico, como psicoterapia, para compreender porque estamos cedendo a esses comportamentos excessivos de forma online também, e o que pode estar por trás disso a nível individual.


5. Regulação das mídias como estratégia coletiva


Regulação da mídia é a forma que um governo tem, por meio de instrumentos legais, para regular os direitos, os deveres e as regras referentes ao exercício da liberdade de imprensa em seus territórios.


O objetivo da proposta de regulação das redes sociais é o enfrentamento das fake news e tudo que possa ameaçar a democracia. E nós sabemos como existem notícias e informações falsas na internet, o que acaba alienando as pessoas em realidades inexistentes e potencializando discursos de ódio e polarizações.


Isso, definitivamente, é algo que atrapalha o debate de assuntos relevantes e também a comunicação empresarial.


“O receio com a regulação de mídias era de que isso ameaçasse a liberdade de expressão. No entanto, com o crescimento das redes sociais, demonstrou-se que esse seria um meio potente de disseminação de conteúdos que poderiam ser nocivos à sociedade, como discurso de ódio e negacionismo. Dessa forma, passaram a entender que as plataformas não poderiam ser neutras diante disso.” Leia mais sobre aqui.


O desafio que temos é com o lobby das empresas de mídia, que obviamente não estão interessadas em qualquer instrumento democrático que ameace seus lucros.


Essa campanha do governo da Nova Zelândia sobre pornografia online ilustra muito bem (e com muito bom humor) como o mundo físico e digital interagem e a importância de discutir na vida real o que ainda não é regulamentado para as big techs, empresas que ofertam as plataformas digitais.


Então, sim, a estratégia coletiva como sociedade é termos uma regulação das mídias, para evitar discursos de ódio e violência, ou mesmo informações inadequadas para determinadas idades.


O digital não vai acabar, mais uma vez. Mas precisamos mudar essa relação abusiva para uma mais saudável. Concorda? 💛


Texto escrito em colaboração entre Késsile Tanski e Barbara Lang.


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