E se antes de tomar alguma decisão nos negócios, a gente observar como o nosso corpo se apresenta? Faça o teste e me diga os resultados: escute o corpo para se comunicar melhor.
Quando o corpo está tenso, o resultado, na maioria das vezes, é uma decisão rígida, formal ou burocrática.
Quando o corpo está fluido, quando é leve respirar, a decisão é mais consciente — estamos conscientes desde dentro.
Como a consciência corporal afeta a comunicação?
Para gravar um vídeo ou para falar pra um público de 500 pessoas, respirar sempre ajuda a centrar a atenção, já diz toda a filosofia do mindfulness e meditação. Explico essa relação da consciência corporal na facilidade em gravar conteúdos em vídeo aqui:
As ideias ficam mais evidentes, mais objetivas, voltamos ao centro, focalizamos a atenção no que importa. É quando o essencialismo também bate à porta e convida um ritmo mais slow para entrar.
Caso você se interesse pelo movimento slow, indico muito a leitura do livro In Praise of Slow, do Carl Honoré.
Um corpo que recebe escuta, propaga uma comunicação mais assertiva.
Quando falamos de comunicação não-verbal, por exemplo, falamos de gestos, posturas corporais e estruturação da linguagem do corpo. Sem voz, sem dialeto, o corpo fala através dos movimentos.
Consciência corporal também é revolução.
A consciência sobre o próprio corpo é, de longe, a maior revolução possível no universo micro, que acaba se expandindo pro universo macro quando utilizamos o conhecimento que adquirimos com a consciência corporal na extensão da nossa comunicação.
Eu me comunico com o meu próprio corpo o tempo todo, por vezes de forma consciente e outras nem tanto, assim como você e qualquer outra pessoa.
Alinhando minha atenção com o corpo, consigo perceber se estou me sentindo à vontade ou se estou desconfortável e a partir dessa percepção inicial, modelo e modifico minha ação para chegar ao objetivo que espero, que, no meu caso, é uma comunicação mais pontual, essencialista e afetiva. Porém, para expressar o afeto, preciso sentir ele em mim.
Através dessa visão integral e a perspectiva de que todas as coisas se conectam e se interinfluenciam, temos o entendimento de que podemos melhorar a comunicação quando melhoramos a conexão que temos com o nosso próprio corpo, ou seja, quando começamos a ouvir os sinais que ele nos traz.
É claro que somente ouvir os sinais do corpo não é suficiente para criar uma comunicação que seja, de fato, consciente.
Mesmo com todos os olhares afinados sobre ela, terão aspectos que passarão despercebidos e manifestam alguma inconsciência, seja por ignorância — o fato do não-saber — ou por imprecisão.
O primeiro passo é a percepção, a escuta.
Ouço os sinais que o corpo me apresenta. Como meu corpo se sente? O que ele me conta?
Mas vou além disso, tomo uma atitude a respeito.
Portanto, o segundo passo precisa ser a ação.
A ação consciente precede a comunicação consciente.
Então se vou responder alguém sobre algo importante no meu negócio, antes de fazer isso, coloco minha percepção no jogo:
– Estou confortável aqui? – Estou com todas as minhas necessidades atendidas? (Fome, sede, bexiga vazia…) – Estou calma ou ansiosa? O que me agita? O que pode me acalmar?
Se questionando por esses caminhos, teremos uma ação mais consciente e, com isso, uma comunicação mais atenta, amorosa, eficiente e qualificada. O que também nos auxilia na gestão e organização do nosso tempo.
O corpo sabe o que faz, o que pede que a gente faça, mas às vezes não queremos escutar porque nossa mente inquieta quer fazer as coisas em um ritmo rápido demais, mais rápido do que o organismo consegue, muitas vezes, processar.
Porém, vai da nossa capacidade sistêmica de entender que a mente também faz parte do corpo e faz parte desse sistema complexo que ele simboliza. A mente não está desconectada do resto, a questão é que quanto mais estimulamos a mente, mais ela se movimenta e busca atuar através de nós.
Não devemos esquecer das outras partes do corpo, porque em equilíbrio, tudo funciona melhor.
A Teoria Integral, do Ken Wilber, fala sobre a composição humana e suas variações (tudo o que nasce a partir do ser humano, suas criações e invenções) baseada na integração de todos os aspectos, sem isolar o criativo do analítico ou o espiritual do prático. Vale a leitura pra quem quer se aprofundar um pouco mais 🙂
Movimente o corpo, sério.
Quando movimentamos o corpo, por exemplo, mantemos a mente mais serena para poder realizar tarefas mais objetivas e ganhamos foco.
Quando respiramos fundo até que a respiração naturalize e não seja uma ação “forçada” intencionalmente, oxigenamos melhor esse mesmo corpo que vai pensar com mais facilidade e agilidade, que vai tomar decisões mais inteligentes.
Tudo é conectado, lembra disso. Teu corpo agradece, para além dele, tuas conexões humanas também e, com resultado, teu próprio empreendimento.
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Quem escreveu esse artigo?
Késsile Tanski, sócia fundadora da Direção, comunicadora, empreendedora, criadora de conteúdo, mãe de dois e entusiasta do slowliving :) Buscando a consciência em todas as áreas da vida.
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